Luciana partiu. E o coração de Jorge ficou órfão, a mente confusa novamente. O gesto surpreendente de ir, na última hora, ao aeroporto para se despedir foi bacana, mas não terá sido precipitado? Adiantou alguma coisa? Agora, é obrigado a ouvir conselhos da mãe e piadinhas do irmão.
Para Ingrid, ele não devia se amarrar a mulher nenhuma. Devia, sim, continuar seu trabalho, viajar para o Canadá com ou sem companhia. Seu futuro é mais importante que tudo. Miguel, daquele seu
jeito, só sabe fazer piadas. A última é que ele e Renata e Jorge e Luciana deveriam se casar no mesmo dia, na mesma hora, passar a lua-de-mel no mesmo lugar e depois se tornarem vizinhos em apartamentos coligados. Por fim, ambos os casais teriam gêmeos, multiplicando a família em proporção geométrica... Engraçado, não é?
Mas Jorge não acha graça nenhuma. Irritado, vai pra o trabalho e encerra uma reunião importante, assim, intempestivamente, pega o paletó e se manda mais cedo para o almoço.
Quem não é boba nem nada é Paixão, que percebendo a fragilidade do chefe – e seu amor secreto – vai atrás, e resolve presenteá-lo com um mimo que toca Jorge profundamente. É um foguete. “Pra você se lembrar dos seus sonhos de menino”, ela diz. Jorge adora a delicadeza. Mais animado, confessa que, com a nave, gostaria mesmo é de voar diretamente para onde está Luciana e dizer a ela que poderiam ser felizes em qualquer parte do mundo.
Será mesmo possível?
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