O píer tornou-se um símbolo, um fetiche para Dora. Toda vez que sente saudades de Marcos ela vai ao mesmo lugar de sempre, senta-se no deck e fica olhando os baquinhos passarem pra lá e pra cá. Uma hora, ela torce, aquele homem misterioso vai aparecer, vai arrebatá-la e levá-la para praia deserta e dar a ela momentos de puro deleite. As lanchas branco-reluzentes obviamente chamam mais a atenção.
Mas, desta vez, nenhuma delas parece familiar. Marcos – ou melhor, Alberto, como ela o conhece – teria se aborrecido com ela? Ela acha que não, tanto que vai novamente ao píer e desta vez leva a filha. Rafaela está louca pra andar de lancha. Mas os minutos passam, as horas e nada do piloto bonitão. “Você acha que a lancha não vem?”, pergunta a menina já impaciente. Dora não quer acreditar, tem fé que ele venha. E tome-lhe picolé pra sossegar a menina.
Mas chega uma hora que a paciência se esgota. Dora levanta-se: “Vamos embora”. Rafaela, óbvio fica tristonha. Fazer o que? Marcos havia prometido passear com a garota, mas não disse o dia. Com certeza não era aquele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário