Luciana está farta do hospital, da rotina de exames e da fisioterapia, mas o que a deixa mais entediada é seu campo de visão limitado. Imagine-se 24 horas por dia imóvel, tendo apenas o teto para contemplar! Duro, não é? Mas, com a conivência e consentimento da fisioterapeuta Larissa, essa quarta-feira vai ser diferente.
É por isso que ela está com esse olhar, essa cara de quem vai aprontar alguma travessura. A família convocada, vendo tal expressão, fica em completo suspense. Mas qual será a novidade desta vez? Luciana mesma está um pouco insegura. Confia meio que desconfiando do que diz a fisioterapeuta, ainda que ela assegure que está na hora de tentar. “Confia em mim. Posso?”, pede Larissa. Luciana hesita, mas autoriza.
Pois então que seja. A fisioterapeuta, então, vai erguendo o corpo de Luciana, de lado, com o intuito de fazê-la sentar-se na beirada da cama. É um movimento que depende do esforço de Luciana e ela dá tudo de si. Mais um pouquinho e... Pronto.
Luciana está sentada, com os pés pra fora da cama. Tem a postura curvada, mas um sorriso radiante nos lábios. Larissa a apóia com firmeza, mas aos poucos vai soltando para que ela fique quase que totalmente por sua conta naquela posição.
Luciana está em êxtase: “Quero ficar o dia inteiro assim... Nunca imaginei que tão pouco fosse me deixar tão feliz”. É uma grande vitória, comemorada com lágrimas por toda
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